Alex Vallauri: o pop art tupiniquim
Lorem ipsum dolor
Alex Vallauri não seguiu os passos de muitos artistas urbanos que conhecemos por aí. Não nasceu sequer no Brasil. Mas revolucionou a maneira de se fazer e de se enxergar a arte de rua no Brasil. Nascido na Eritreia, área dentro da Etiópia até então ocupada pela Itália, Alex se mudou para Buenos Aires, Santos e, por fim, a cidade de São Paulo, de onde nunca mais saiu.
Formou-se na FAAP (que anos depois ministraria Desenho), se especializou na Suécia e teve amigos ilustres como Warhol, Haring e Basquiat durante a vida. Morreu cedo, aos 37 anos vítima da AIDS que matou milhares de jovens na década de 80, deixando um verdadeiro legado dentro e fora das ruas. Não à toa no dia 27 de março, data da sua morte, é comemorado o Dia do Graffiti. Temas como acrobatas, botas de cano alto, luvas, cadeiras, televisões, araras, telefones e cartolas formavam o portfólio do artista que ficou marcado carinhosamente como o “artista do povo”.
Foi imortalizado como símbolo brega, símbolo da tendência Kitsch, do pop art aos moldes tupiniquins. “O kitsch é uma atitude. Transcende o meu gosto. É uma postura ingênua diante da estética fria das cidades”, escreveu o artista em 1978, nove anos antes de vir a falecer.
E uma das obras que mais o identifica é exatamente um ícone brega. “A rainha do frango assado”, como foi chamada, foi produzida em Nova Iorque enquanto pintava um mural e ganhou força no Brasil personificado pela sua sua amiga Cláudia Raia ainda com seus 18 anos. Era a personificação da mulher de classe média paulistana, um tanto cafona mas que não perdia sua graça e beleza.
Precursor da arte urbana e especialista em stencils, o artista expôs seus trabalhos em três Bienais e teve exposição póstuma em museus como o MAM. Vallauri definitivamente abriu possibilidades e caminhos para que outras vertentes da manifestação cultural proveniente das ruas pudessem trilhar seus caminhos. Um pioneiro que enxergou no espaço público o suporte para sua arte, empregando o humor, a ironia e o prazer de viver, sempre questionando valores estéticos convencionais do desenho, da gravura e da pintura. Tudo é claro com uma pitada bem brega e pop.
- O famoso ‘Coluna com Peru Assado’, dos anos 1980, que está no MAM
- Fred Mercury desenhado por Alex
- Stencils: marca registrada
- Uso de materiais não convencionais: Alex testou os limites sacralizados da pintura
- Mulheres de Vallauri: misto de pinup e vedete
- Artista posa num banco em São Paulo, ao lado de uma clássica bota desenhada por ele mesmo.
- Primeiro nome da arte urbana brasileira não veio das “ruas”
- Mulheres por Vallauri: humor e o prazer de viver retratado nas ruas
- Outdoor de Alex Vallauri: rápida interpreção e ocupação de lugares públicos
- Poesia e artes plásticas juntas: artista multifacetado
- Alex Vallauri: o nome da pop art nos trópicos
- Fadas entre estrelas: outro clássico de Vallauri
Curta apresentado pelo Sesc sobre o artista:
TODOS OS COMENTÁRIOS: